terça-feira, 20 de novembro de 2012

"O PAPEL"

Assim como de tempos em tempos tenho vontade de escrever, em outros eu prefiro nada dizer.
Escrever é para mim uma forma de esvaziar meu coração, liberar minhas emoções
É transformar o papel em ouvidos cordatos, onde a incompreenção, o julgamento as condenações e acusações, nunca irão se manifestar, apesar de tudo que eu possa nele mencionar...
O papel é para mim um conforto que minha alma anseia desfrutar.
É como uma porta aberta onde as emoções represadas encontram passagem...
Ele é a certeza que não estou só.
É meu cumplice silencioso... minha esperança de aceitação... Meu amigo sem digitais, a voz do que nada fala, mas que permite que eu me ouça;
Os olhos de quem nada vê, mas que consegue que eu me perceba. O vazio que me possibilita preencher...
O papel é a minha melhor maneira de ser.
MM
Nov/2012

"DESERTO"


Sua extensão revela que levará mais tempo do que imaginávamos atravessá-lo.
Levará o tempo que reconheceremos erros, desconhecendo a duração... Árido, solitário, infindável... região despovoada e estéril.
Um lugar onde abastecemos nossa prórpia cisterna... onde tudo vem de nós para nós mesmos.
Onde a voz ecoa na alma e o grito ressoa no vento e se esvai.
A exposição ao sol e sua extrema claridade, confunde, limita o caminhar e revela impotência...
O vento da tarde, obscurece os olhos e nos faz parar, qualquer expectativa de seguir em frente e buscar um novo caminho... decepciona e machuca.
A noite e fria, escura, longa e não há como se proteger, não há abrigo... Mas ele existe e alguns terão que passar por ele e atravessá-lo, e isso não é uma questão de escolha, ou nos perderemos em suas areias finas e frias...
Cada "eleito" que transpoe o deserto consegue alcançar estratégias de sobrevivência e tática, únicas... reveladas pelo Espirito Santo.
Talvez seja o motivo pelo qual se torna imprescindível a maturidade espiritual e o relacionamento com Deus... Mas esta travessia é para poucos.
É o tempo em que nos voltamos para nós mesmos, que refletimos sobre nossas vidas, sobre o tempo perdido... e aprendemos a conviver e gostar de conviver com o que somos... quando não, é a oportunidade de mudanças, de se permitir uma nova história... e acima de tudo, reconhecer e aceitar a DEPENDÊNCIA DE DEUS E ÚNICAMENTE DE DEUS!
Nele, somos tentados... nele, somos testados... nele, somos perseguidos... MAS DELE, SOMOS RESTITUIDOS SOBRENATURALMENTE.
O Deserto é um privilégio e poucos são os que aceitam passar por ele, respeitando-o como curso de vida... como o maior de todos os aprendizados.
Tentar abreviá-lo é infrutífero.
Vivê-lo é acreditar que só os que foram capacitados sairão dele vencedores!
Deserto lugar estéril de rara e divina florescência.
MM Out/2012