sábado, 30 de outubro de 2010

FRAGILIDADE

Hoje, 16 de Janeiro de 2009 é a primeira vez que paro para escrever. Com muito mais questionamentos do que antes e mais amadurecida, percebo que um ano se passou e nele suas lembranças, seus enganos, erros, memórias, alegrias, decepções, surpresas e tudo que faz o início e o fim dos dias, semanas e meses... Vida. Pronto!
 Mais um ano se foi. E foi! Quando digo foi, refiro-me ao fato de ele ter sido um ano de grande significado em minha vida. Como aprendi! Um destes aprendizados veio através de uma médica depressiva, que atenta contra sua vida como quem troca de roupa. Casada, mãe de uma doce menina de 3 anos. Uma mulher vista a grosso modo como qualquer outra. Tive a oportunidade de conhece-la quando ela foi até meu trabalho em busca de um presente. Escolheu e na hora de embrulhar perguntei se ela havia gostado, respondeu que havia gostado muito mas que só cumpria uma formalidade em dá-lo, já que a pessoa que o receberia não iria dar o menor valor, muito embora não tivesse sido nada barato. Quem? Sua mãe! Neste instante ela olhou para mim e disse que determinadas pessoas não deveriam ser presenteadas, porque muitas vezes elas recebiam presentes de Deus e não davam a devida importância. Senti nitidamente que aquela moça estava sendo oprimida e precisava de Deus, e se referia a ela mesma como sendo este presente que não havia sido valorizado a medida da sua expectativa. Caramba, quanto abandono, quanta rejeição, quanta dor, muita dor!
Quando me despedi perguntei se poderia abraçá-la e ela consentiu com a cabeça. Saí de detrás do balcão e em silencio intercedi por ela junto a Deus, enquanto a mantinha envolta em meus braços. Naquele mesmo instante ela desabou em choro compulsivo que enquanto vida eu tiver jamais esquecerei. Alguns minutos depois se refez pegou seu presente e foi. foi!
Ontem estive com ela, depois de mais uma tentativa de suicídio, no final do ano passado.
Ela está melhor mais ainda roxa e com atadura nos pulsos. Tenta uma nova empreitada em sua vida, depois de ter sido dispensada do hospital onde trabalhava, um consultório popular, com consultas a preços módico. Está muito animada, arrumando tudo com muito cuidado para torná-lo aconchegante embora simples. Mas ontem, surpreendentemente, pediu-me que orasse por ela ... recebeu uma carta do conselho tutelar e teme que tirem sua filha, manifestou até a ideia de entregá-la ao pai mas jamais vê-la em um abrigo...pensa que possa ter sido denunciada pela família do marido, após a separação, ou mesmo pelos médicos do antigo hospital onde trabalhava.
Também o que importa?  O problema não está em ter sido denunciada, isso é o que vemos hoje em dia no ser humano, a desumanidade!
Quem será que chegou perto dela para ajudá-la em um momento de conflito com suas dores?  Quem a denunciou?  Certamente que não!!! Poucas são as pessoas verdadeiramente dispostas a dar a mão, a fazer a diferença  neste mundo para o bem! E se envolver.
Mas Deus, Esse sim permitiu que isso acontecesse para que ela busque encontrá-lo.
O Único que pode tratá-la e ajudá-la dia a dia a conviver com seus traumas, conflitos, dores, cicatrizes... E fazê-la vencedora sobre todas estas marcas.
Temo pela vida dela, caso venham a tirar sua menina. Sem comunhão com Deus dificilmente ela superará tudo isso.
A verdade é que faço menção ao assunto porque aprendi neste ano que passou especificamente, que temos total responsabilidade pelo que fazemos e pelo que deixamos de fazer, ainda que seja face a uma situação gerada por nossas carências, traumas e cicatrizes. Mesmo involuntária, nossa história de vida desfuncional conspira contra nós o tempo todo, ainda que tentemos lutar contra ela. Se tornam armadilhas, ciladas geradas nas nossas próprias dores, nos corações machucados  e nas mentes enfermas.
Quando não conseguimos administrar a história das nossas vidas que não contamos, porque está definida antes da nossa consciência e involuntariedade pertinente aos pequenos, devemos nos ater ao que pretendemos contar, ao que contaremos a partir das nossas escolhas e como isso não é possível de se fazer sozinho o ideal é entregar ao Único que pode transformar lágrimas em riso, lamento e dor em alegria.
Talvez a Dra. R, consiga exito em sua empreitada, seja ela o seu consultório popular ou o seu intento de causar incomodo aos seus enlutados no grande reconhecimento, tão esperado, da pessoa que ela era!
Bobagem ela não terá conseguido nada a não ser sua própria condenação!
Mas eu, eu espero sinceramente que ela descubra o segredo, que em sua simplicidade mora dentro dela mesma e só espera pelo momento em que ela entre pela Porta, que está escancarada e desfrute dos melhores anos de sua vida.

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve."                                          Mt.11.28:30                                              

A proposito, hoje, 30 de outubro de 2010, infelizmente a Dra. R, ainda não entrou pela Porta e continua fazendo de sua vida um castigo.
A criança?  está com o pai!
O consultório popular?  não deu certo e ela está desempregada...
Eu?  eu continuo fazendo a única parte que me cabe, além de crer que ela é extremamente preciosa para Deus e que esta história da vida real terá final feliz.
Eu creio!

"EU SOU A PORTA. SE ALGUÉM ENTRAR POR MIM, SERÁ SALVO; ENTRARÁ E SAIRÁ, E ACHARÁ PASTAGEM."                                Jo.10. 9

sábado, 9 de outubro de 2010

FOI DEUS QUEM FEZ VOCÊ

Hoje, resolvi postar esta composição de Luis Ramalho, porque acho que muitas são as vezes que esquecemos quem é autor e consumador na nossa vida e fé.

Foi Deus que fez o céu, o rancho das estrelas
Fez também o seresteiro para conversar com elas
Fez a lua que prateia minha estrada de sorrisos
E a serpende que expulsou mais de um milhão do paraiso
Foi Deus quem fez você
Foi Deus quem fez o amor
Fez nascer a eternidade num momento de carinho
Fez até o anonimato dos afetos escondidos
E a saudade dos amores que já foram destruídos
Foi Deus
Foi Deus que fez o vento
Que sopra os teus cabelos
Foi Deus quem fez o orvalho
Que molha o teu olhar, teu olhar
Foi Deus que fez as noites
E o violão planjente
Foi Deus que fez a gente
Somente para amar, só para amar

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A CONFISSÃO DE WESTMINSTER

"Seja o meu coração irrepreensível nos teus decretos, para que eu não seja envergonhado" 
                                                                                                                  Salmo 119.80
                                                                                                                                                                 
Houve uma época que a Igreja de Roma proibiu a interpretação das escrituras  por não julgar capaz o indivíduo de interpretá-la, ou mesmo por fazê-lo de forma errada.
Certamente Deus não iria inspirar homens à escrever o Livro mais vendido no mundo para que não fosse compreendido e nem tão pouco iria nos pedir para "manejarmos bem a palavra da verdade".
A Confissão de Westminster diz que, "não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos." mas afirma também claramente a autoridade dos crentes individualmente de lerem a Bíblia por si mesmos... "não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas".
Deus não nos pediria obediência sem antes nos ensinar o que é desobedecer!
E como isso seria possível sem a interpretação das Escrituras?
Regra de conduta?
Prática de vida?
É claro que o Espirito Santo nos incomoda, conscientizando-nos do erro, do engano, do pecado, concomitante com a Palavra de Deus.
Mas como explicar cristãos que para encontrar um livro na Bíblia recorre ao indice?
Será que esta pouca intimidade com as escrituras define um relacionamento com Deus?
Como discernir o pecado, se ele está na essência do ser humano e é inerente a ele, sem conhecer a Palavra?
Será que se lermos a Bíblia nos conscientizaremos do pecado?
Mas o discernir não é do Espirito?
Quando o Apostolo Paulo escreve sua primeira carta a Igreja de Corinto, no capítulo 11 versículos 31 e 32, ele está exortando pela falta de unidade do corpo cristão na celebração da ceia e diz "Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados. Mas quando julgados somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo."
Criamos adequação e defesas para nossas falhas e o pecado se transforma em iniquidade e isso já não incomoda mais! Acreditamos até que Deus nunca nos cobrará correção. Mero engano! Ele nos ama e através da Bíblia sabemos o que é certo e o que entristesse o coração  de Deus.
Será que não somos capazes de interpretar as Escrituras?
Ou será que nossa zona de conforto nos deixa na condição de ignorantes?
Será que as Escrituras com seus simbolismos, nunca será revelada plenamente aos olhos humanos através dos seus textos?
Quantos questionamentos ... que podem ser respondidos a partir de uma simples visão.
Se lermos as Escrituras , o chamado Livro dos Livros, com o mesmo amor  com que elas foram escritas, teremos respondido, revelados, exclarecidos, ensinados e principalmente perpetuados em nossas mentes e corações o verdadeiro e único modo de vida.
"GUARDO NO MEU CORAÇÃO AS TUAS PALAVRAS , PARA NÃO PECAR CONTRA TI."                                                                                                                     Salmo 119.11